quarta-feira, 13 de julho de 2011

"GUELRAS" E PAZ

GUELRAS E PAZ
Por Helena Terra para ANDA

Imagem: stopsharkfinnig.net
Pouca gente se dá conta do tamanho descaso que toda uma indústria pesqueira, e das maiores, possui em relação aos tubarões nativos do Brasil.
É bem fácil ir ao mercado, comprar uma posta de cação, voltar pra casa, preparar um prato e nem se dar conta do que está comendo, ora, quantos de nós paramos pra pensar nas origens de um prato de comida, afinal, a fome que nos mata é bem maior, certo? Errado. O prato que comemos é que nos mata lentamente, e pior, nem nos damos conta disso.
Todo um ecossistema está sendo devastado, desequilibrado e ninguém, sim, ninguém está fazendo o balanço disso tudo. Estão na verdade, é desequilibrando a balança. Entendam, há leis que protegem os tubarões, pois um sistema deve ser protegido. Mas então, se tiverem ser pescados para consumo, que seja então identificada a origem da pesca e o espécime do tubarão para que o consumidor não acabe consumindo mais extinção.
Ainda não “pescou”? Vou explicar melhor. A indústria é grande e o lucro ainda maior. Funciona mais ou menos assim, os pescadores trazem o peixe, sabe-se lá da onde, mas “garantido” pelo bom papo de pescador, vende pros grandes supermercados, que muitas vezes compram até diretamente nas praias, (quando não vem congelados de fora do País, mas isso é outro assunto) , os mercados colocam à disposição do consumidor, mas não especificam onde foram pescados e muito menos de que espécie são, ou alguém já viu algum mercado com a etiqueta “Cação de Tubarão Limão, região X”!?
Desta forma, o consumo se torna a ponta final de uma cadeia predatória e terminativa de espécies.
Sem falar no finning, a cruel e proibida prática de retirada das barbatanas, com o descarte do tubarão ainda vivo de volta pro mar, o que provoca sua morte sufocante e lenta. Para quê alguém a retiraria? Para fazer uma sopa medíocre, sem gosto, nem nutrientes, que precisa ser preparada com caldo de galinha pra ser suportável, para que os que a tomam se sintam poderosos de alguma forma, demonstrando status e poder sexual! Vontade de gritar né?
Bem, eis meu manifesto pela paz dos tubarões. Para que deixem as barbatanas em paz. Para que haja menos consumo, quem me dera zero consumo, e mais consciência, quem me dera mais fiscalização e dever por parte das grandes indústrias pesqueiras. Sua parte nisso? Pense no seu prato, de onde vem o que você come?