domingo, 27 de junho de 2010

Controle populacional de cães e gatos é aprovado em comissões do Senado


Tramitando há sete anos no Congresso Nacional, o PLC 4/2005, do deputado Affonso Camargo (PSDB-PR) e originário da Câmara em 2003, foi aprovado em duas comissões do Senado num período de apenas 15 dias. Em 16 de março, a proposta foi aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e, no dia 31, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). O projeto dispõe sobre o controle populacional de cães e gatos e segue agora para votação no Plenário do Senado.
Na votação da CAE, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) foi designado relatorAd hoc, em substituição ao senador Wellington Salgado (PMDB-MG), relator do projeto na comissão. Já a votação da CAS teve como relator Ad hoc o senador Roberto Cavalcanti (PRB), que substituiu o senador Flávio Arns (PSDB-PR).
O PLC propõe a vacinação sistemática, captura e esterilização de animais, sendo vedada a prática de outros procedimentos veterinários, como o sacrifício de animais saudáveis. A educação para a guarda responsável de animais também está determinada no projeto que, uma vez aprovado em Plenário, contribuirá para a construção de uma política mais humanitária e eficaz de controle populacional.
Para viabilizar a execução do programa de controle populacional, o projeto permite às unidades de controle de zoonoses o estabelecimento de parcerias com clínicas veterinárias e entidades de proteção aos animais. As despesas de execução serão cobertas por recursos provenientes da Seguridade Social da União, mediante contrapartida mínima dos municípios de 10%.
Problema
No Brasil há milhões de cães e gatos que vivem nas ruas, sendo que grande parte deles foi abandonada por seus donos. Nas ruas, se reproduzem de forma indiscriminada e vivem em péssimas condições, mal alimentados, sofrendo maus-tratos, expostos às condições climáticas e doenças.
Esse cenário de abandono remete a diversos problemas – no que diz respeito ao bem-estar animal e à saúde pública. Significa dizer que além do sofrimento dos animais errantes, a população está exposta à disseminação de doenças.
A atual política de controle populacional do governo brasileiro tem se mostrado ineficaz e nada humanitária. Baseada na captura e sacrifício de animais, o método é mais oneroso para os cofres públicos, uma vez que a taxa de natalidade é maior que a de eliminação. Esse fato também é destacado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que considera inapropriada e dispendiosa a política de captura e extermínio dos animais como forma de controle populacional e de zoonoses, que são as doenças transmitidas às pessoas pelos animais. Fatos que foram destacados nos relatórios aprovados pelas comissões do Senado Federal.
Resolução 714 do Conselho Federal de Medicina Veterinária recomenda que a execução seja por meio de injeção letal. Mas entidades de defesa dos animais afirmam haver relatos de práticas cruéis, como mortes por meio de câmara de gás e choque elétrico.
De acordo com os especialistas, a esterilização cirúrgica de cães assume importância não apenas para efeito do controle animal, como também para reduzir problemas de zoonoses e o número de agressões a seres humanos.

Fonte: WSPCA